
O governador do Amazonas, Eduardo Braga (PMDB), admitiu que o governo estadual não tem capacidade logística para fiscalizar o cumprimento da única legislação ambiental do país. Braga fez a afirmação durante sua palestra "Conservação e sustentabilidade na prática: a experiência do Amazonas", hoje, no Fórum Internacional de Sustentabilidade, em Manaus.
O Amazonas é a única unidade da federação a implementar uma lei específica para as questões ambientais. A lei estadual 3.135/2007 denominada "Mudanças climáticas, conservação ambiental e desenvolvimento sustentável" é aplicada pelo Centro Estadual de Mudanças Climáticas (Ceclima) - órgão estadual criado em 2008 para articular políticas públicas sobre mudanças climáticas.
A apresentação foi recheada de números. Cada dado estatístico citado pelo palestrante fazia referência aos seus dois mandatos. Ele sempre começa com um número percentual apresentando crescimento desde 2003, ano em que assumiu o governo do Estado pela primeira vez.
Moradores da floresta - Mais da metade do território Amazonense - 51,8% - é composto por áreas protegidas por reservas ambientais estaduais e federais ou áreas de demarcação indígena. E para manter estas e outras regiões do estado preservadas, já que 98% do Amazonas possui cobertura vegetal segundo informações oficiais do governo, é necessário apoio dos moradores da floresta, como disse Braga. "Não temos capacidade logística para fiscalizar todo o Estado e precisamos da ajuda dos moradores da floresta, daqueles que vivem nas comunidades", explicou.
Segundo o palestrante, gerar renda a partir dos serviços ambientais seria uma solução viável para "transformar os moradores da floresta em guardiões da floresta".
"Ninguém derruba uma árvore porque é mais inteligente ou mais burro; derruba porque precisa. O povo que vive na floresta não tem as alternativas comerciais que nós temos na cidade. Ele vai usar aquilo que ele tem a mão, pois são as únicas coisas que ele tem", frisou Braga. De acordo com a palestra do governador, quando o habitante da floresta obtém retorno econômico, ele mesmo protegerá a floresta Amazônica, uma vez que dependerá dela financeiramente.
A apresentação foi encerrada com números gerais sobre o desenvolvimento da economia amazonense e a citação dos projetos governamentais que ajudam a manter as árvores em pé, agregando valor aos serviços e produtos ambientais gerados na Amazônia. O governador não deixou de citar que se descompatibilizará do cargo na segunda-feira (1) para concorrer a uma vaga no Senado.
Fonte: http://verde.br.msn.com/artigo.aspx?cp-documentid=23743673
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